Caixa didática - construindo trajetórias e histórias sobre a emancipação, liberdade e pós-abolição.

Autores: Laura Silveira Fortes, Júlia Fernandes dos Santos, Isabelly Pires Tavares, Marcelly Antônia Tavares

Orientador: Guilherme Lauterbach Palermo

Instituição: EMEF SEN ALBERTO PASQUALINI

Cidade/UF: PORTO ALEGRE/RS



Pontuação do Projeto: 2

Série:

Etapa: Ensino Fundamental II

Status do projeto: Finalizado

Resumo:

O Projeto buscou construir um material didático de fácil acesso para promover a Educação das Relações Étnico-Raciais na escola. Notamos que era um assunto que poderia ser mais vezes abordado no ambiente escolar. “O que aconteceu com as gerações de pessoas escravizadas e ex-escravizadas no Brasil e no Rio Grande do Sul?” – essa foi a questão que nos inquietou. Estudamos histórias tradicionalmente ocultadas sobre a vida de pessoas negras que protagonizaram lutas contra a escravização e seus efeitos e construímos cartelas contando as suas trajetórias. Entre essas histórias, destacamos a de pessoas negras que lutaram na justiça ou pelas brechas da lei para conquistar a carta de alforria ou que foram pioneiras na fundação de cidades no estado do RS, como no caso de Santo Antônio da Patrulha. Por meio de anúncios de vagas de emprego para domésticas, conhecemos a história de mulheres negras após a abolição da escravidão e suas dificuldades para conseguir um emprego, o que nos mostrou como o racismo persistia nessa sociedade, assim como o privilégio das pessoas brancas, mesmo quando estas também eram pobres. Também produzimos vídeos utilizando a ferramenta Canvas e áudios narrados por nosso grupo. Além de contribuir para a sensibilização sobre a discussão das relações étnico-raciais e sobre a importância de pesquisar e construir histórias através de diversos tipos de fontes, o processo de pesquisa auxiliou na nossa Alfabetização Digital, na aprendizagem do uso de tecnologias (TDIC), e capacidade de desenvolver trabalhos coletivos. Concluímos como é vantajoso trazer visibilidade para as histórias de pessoas não-brancas e como temos múltiplas formas de demonstrar a presença e o protagonismo delas em diversos eventos, para além do foco na escravização. Assim, este projeto reforça que é possível discutir ERER na escola de uma maneira didática e contribui para ampliar as formas de abordar essas discussões.

Palavras-chave:

ERER, Escravidão, Liberdade, trajetórias, material didático.

Justificativa:

Construir um material didático para abordar a temática em sala de aula através de um conjunto de documentos e vídeos que auxiliem as discussões étnico-raciais. Analisar onde estão as pessoas negras na história do nosso país e do nosso Estado.

Objetivo Geral:

Construção de um material didático

Objetivo Específico:

1: Criar uma caixa didática com documentos e vídeos para discussão da ERER na escola. 2: Analisar o “como” e o “que” foi o período da escravização no Brasil através de pessoas que viveram a luta por liberdade, e identificar as principais consequências do período escravista para a formação do Brasil no Pós-abolição. 3: Contribuir para a sensibilização sobre a discussão das relações étnico-raciais e sobre a importância de pesquisar e construir histórias através de diversos tipos de fontes. 4: Compreender como se formou e transformou o Racismo e refletir sobre o privilégio branco na sociedade.

Questões Norteadoras:

O que aconteceu com as gerações de pessoas escravizadas e ex-escravizadas no Brasil e no Rio Grande do Sul?

Hipótese:

Hipótese 1: É necessário promover discussões da ERER em sala de aula para construção dessas histórias. Hipótese 2: Foram "apagadas" da história e "esquecidas" nas abordagens de diversos assuntos. Hipótese 3: Se privilegiou uma cultura e uma forma única de olhar para a história do Brasil.

Metodologia:

1: Pesquisar em fontes históricas, documentos de arquivos públicos e pesquisas bibliográficas. 2: Analisar conjunto de fontes de jornais e notícias, periódicos e escritos da época. 3: Discutir sobre os impactos dos processos históricos do passado na construção do nosso futuro. 4: Abordar e identificar pelos olhos e mãos de quem esse passado é visto e escrito e o quanto essa subjetividade molda como a escrita da história apresenta "o passado". 5: Criar através da ferramenta Canva, material didático sobre as relações étnico-raciais para a escola

Referências:

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Jornais e periódicos digitalizados. Disponível em:<https://bndigital.bn.gov.br/acervodigital/> Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS), Catálogo de cartas de liberdade. Disponível em: SILVA, Fernanda O.; et al. Pessoas comuns, histórias incríveis: a construção da liberdade na sociedade sul-rio-grandense. Porto Alegre: Ed. UFRGS; EST Edições, 2017. 112p. SANTOS, Maurício Reali. Nas fronteiras da domesticidade: experiências e lutas de trabalhadoras domésticas por direitos em Porto Alegre (1941-1956). 1. ed. Jundiaí, SP: Paco, 2021. 380p. ROSA, Marcus Vinícius de Freitas. Além da invisibilidade. História social do racismo em Porto Alegre durante o Pós-Abolição (1884-1918). Campinas: UNICAMP, 2014. Tese (Doutorado em História). PIZA, Edith. Porta de vidro: entrada para branquitude. In: Carone, I. & Bento, M. A. da S. (orgs.) Psicologia Social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil, Petrópolis: Editora Vozes. 2002.

Apresentação:
Apresentação